Alê Teixeira Primo, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), prepara-se para representar o Brasil no concurso internacional ‘Miss Universe Queen’, que acontecerá na Índia em 7 de dezembro. Coroada como ‘Miss Universe Trans Brasil Ladies’ em julho, Alê conquistou o título na categoria dedicada a mulheres trans com mais de 40 anos.
Sua participação no concurso transcende a busca por um título de beleza, representando um ato de ativismo e visibilidade para a causa trans, especialmente entre pessoas maduras e idosas. “Pra mim nunca foi um concurso pra suprir uma vaidade ou pra buscar uma maior autoestima, mas sim uma nova etapa da minha vida, uma etapa de ativismo”, declarou Alê.
A docente da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico), doutora em Informática na Educação e com 55 anos, ressalta a importância de usar a visibilidade do concurso para dar voz às questões enfrentadas pela comunidade trans. Além dela, o gaúcho Matheus Moraes Amaral também foi eleito Mister Universe Trans Brasil, e juntos levarão o nome do Brasil à competição.
Alê, que transicionou aos 51 anos, descreve a experiência como um sonho realizado na maturidade. “Eu sou uma mulher. Sempre fui”, afirma, destacando a aceitação que encontrou entre alunos, colegas e familiares durante o processo. A professora vê a participação no concurso como uma oportunidade de inspirar outras pessoas e promover a inclusão.
Em 2023, Alê compartilhou sua jornada de transformação, revelando que aproveitou o período de isolamento da pandemia para se assumir como mulher transexual. “Vencer todos os preconceitos foi duro, corajoso, mas revigorante”, disse, enfatizando a importância de lutar por um mundo mais compreensivo e democrático.