Punk vai além de quebrar garrafas, diz guitarrista do Bad Religion

Greg Graffin e Jay Bentley falam sobre a essência do punk em entrevista.

O guitarrista do Bad Religion reflete sobre a verdadeira essência do punk.

Punk e a essência do gênero

O Bad Religion, uma das bandas mais icônicas do punk rock, se apresentou durante o festival The Town, realizado no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, no dia 7 de setembro de 2025. Durante o evento, o vocalista Greg Graffin e o baixista Jay Bentley participaram de uma entrevista onde discutiram as nuances do punk e suas implicações na sociedade contemporânea. Ambos enfatizaram que o verdadeiro significado do punk vai muito além da estética de rebeldia dos anos 80, como cabelos espetados e roupas rasgadas.

A reflexão sobre a rebeldia

Greg Graffin refletiu sobre a experiência de ser adolescente e a natureza rebelde dessa fase da vida. “Em primeiro lugar, quando você é adolescente, sabe, é normal se sentir rebelde. O desafio é: Como fazer isso?”, disse ele, destacando que a agressividade do espírito juvenil pode ser transformada em um questionamento das normas sociais. Graffin acredita que o punk deve servir como um catalisador para questionar o que é considerado normal na sociedade, o que, segundo ele, pode levar a melhorias tanto no indivíduo quanto na coletividade.

Jay Bentley, por sua vez, complementou essa visão ao afirmar que o conteúdo lírico é essencial para entender o punk. Ele mencionou a influência de Elvis Costello, ressaltando que a verdadeira força do punk reside na capacidade de compartilhar ideias, e não apenas em ações destrutivas. “Conteúdo lírico tem mais a ver com o que é o punk do que com alguém de cabelo espetado e jeans rasgado”, afirmou. Essa declaração reforça a ideia de que o punk deve ser visto como um movimento de ideias e aprendizado mútuo.

“Não se tratava apenas de quebrar garrafas, cacos de vidro, algemas na bunda. Sabe, deveríamos compartilhar ideias e aprender.”

A evolução do punk na atualidade

A discussão sobre a evolução do punk é relevante, especialmente considerando a forma como a música e a cultura popular mudaram com o tempo. Graffin e Bentley concordam que a mensagem do punk ainda é pertinente, mas agora é expressa de maneiras diferentes, adaptando-se aos novos tempos e às novas plataformas de comunicação. Eles enfatizaram que a essência do punk deve permanecer viva, mesmo que sua forma de expressão mude.

Os desafios contemporâneos do punk

Os músicos também comentaram os desafios que o punk enfrenta atualmente, especialmente em um mundo dominado pela tecnologia e pelas redes sociais. “Agora, podemos encontrar novas maneiras de compartilhar essas ideias”, disse Bentley. Essa afirmação sugere que, apesar das mudanças, o espírito punk continua a buscar formas inovadoras de se comunicar e impactar as pessoas.

O que esperar do punk no futuro

À medida que avançamos, a relevância do punk se mantém, mas a maneira como ele se manifesta pode continuar a evoluir. Os fãs e novos artistas devem permanecer atentos a essa transformação, já que o punk não é apenas uma fase, mas um movimento que continua a desafiar e inspirar novas gerações. A mensagem de questionamento e busca por mudança social que o punk representa é mais importante do que nunca, especialmente em tempos de incerteza e desigualdade.

O Bad Religion, com sua rica história e mensagem crítica, destaca a importância de manter viva a essência do punk, incentivando todos a se aprofundarem no verdadeiro significado do gênero e a se envolverem ativamente na construção de uma sociedade mais justa e consciente.

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