O presidente da Rússia, Vladimir Putin, agradeceu a Lula e aos líderes dos Brics pelo envolvimento na busca por um cessar-fogo na guerra contra a Ucrânia. Durante coletiva nesta quinta-feira (13), ele afirmou que concorda com um acordo, mas destacou a necessidade de discutir os termos com os Estados Unidos.
“Todos nós temos nossos próprios desafios, mas os líderes da China, Índia, Brasil e África do Sul têm se dedicado a essa questão. Somos gratos a eles, pois seu esforço busca um objetivo nobre: o fim das hostilidades e das perdas humanas”, declarou Putin.
Brasil e China já tentaram intermediar a paz
Essa não foi a primeira tentativa de mediação. Em outubro de 2024, Brasil e China apresentaram uma proposta de paz durante a cúpula dos Brics na Rússia. O plano previa:
✔ O compromisso de não expandir o conflito
✔ O aumento da ajuda humanitária
✔ A realização de uma conferência internacional com todas as partes envolvidas
Putin apoiou a iniciativa, mas o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, rejeitou o plano, alegando falta de medidas concretas para encerrar a guerra.
Putin defende cessar-fogo, mas impõe condições
Putin afirmou que a Rússia apoia um cessar-fogo temporário de 30 dias, mas fez ressalvas sobre a segurança do acordo. “Se cessarmos as hostilidades, quem garantirá que o cessar-fogo será cumprido? Quem decidirá se houver uma violação ao longo de 2.000 km de fronteira?”, questionou.
Ele também destacou que a solução precisa garantir uma “paz duradoura” e eliminar as causas do conflito, que começou em 2014, com a anexação da Crimeia, e se intensificou em 2022.
Zelensky acusa Putin de manipulação
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reagiu às declarações e acusou Putin de não ter interesse real em encerrar o conflito. “O que ouvimos da Rússia são palavras manipuladoras. Ele quer continuar a guerra, mas tem medo de admitir isso publicamente”, declarou.
Zelensky também criticou as condições impostas por Putin. “Ele limita a ideia de cessar-fogo com exigências que tornam o acordo impossível”, afirmou.
Pressão dos EUA e futuro das negociações
A proposta de cessar-fogo foi apresentada pelos Estados Unidos, e a Ucrânia já aceitou os termos. No entanto, Putin afirmou que a Rússia ainda avalia os detalhes do acordo.
Enquanto isso, a guerra se aproxima do terceiro ano, sem uma solução definitiva à vista. A posição dos Brics pode ser decisiva para o futuro das negociações de paz.