O Partido Liberal (PL) enfrenta uma divisão interna crucial sobre o futuro papel de Michelle Bolsonaro. Com Jair Bolsonaro sob crescente pressão legal, incluindo restrições de comunicação e o uso de tornozeleira eletrônica, surge o debate sobre quem deve liderar a oposição.
Uma ala do partido defende que Michelle, atual presidente do PL Mulher, assuma o protagonismo e se torne a principal voz da direita. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) é uma das maiores defensoras dessa ideia, argumentando que Michelle pode liderar as reações contra as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que afetam Bolsonaro e seus aliados.
Defensores da ex-primeira-dama apontam para sua maior aceitação entre o eleitorado, destacando seu perfil de mulher, evangélica e com “sensibilidade” superior à de outros membros da família Bolsonaro. Além disso, seu nome já é ventilado como possível candidata à presidência em 2026, em um eventual confronto com Lula.
De acordo com uma pesquisa Genial/Quaest, Michelle aparece com 19% das intenções de voto em um cenário de primeiro turno contra Lula (30%), superando Tarcísio de Freitas. No entanto, a ideia de alçar Michelle à liderança não é unânime dentro do PL.
Figuras proeminentes do partido, como o presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, Paulo Bilynskyj (PL-SP), defendem que Bolsonaro continua sendo o candidato natural. Bilynskyj ressaltou que “não se pode considerar a posição de um parlamentar como consenso. Nosso candidato é o Bolsonaro”.
Enquanto a discussão interna se intensifica, Michelle tem adotado uma postura discreta, evitando comentar diretamente sobre suas ambições políticas. Após a operação da Polícia Federal que mirou Bolsonaro, ela compartilhou um texto religioso e continua criticando a gestão do governo Lula em suas redes sociais.
Apesar da incerteza sobre seu futuro político, Michelle mantém sua agenda à frente do PL Mulher, com encontros nos estados programados para os próximos meses. Historicamente, ela tem evitado comentar sobre suas pretensões, mas tem recebido positivamente seu desempenho nas pesquisas, sendo também apontada como possível candidata ao Senado pelo Distrito Federal.
Fonte: http://www.metropoles.com
