Reuters retira vídeo de Xi e Putin após exigência de estatal chinesa

A decisão ocorreu após a CCTV revogar a permissão legal para uso do material.

A Reuters removeu vídeo que mostrava conversa entre Xi Jinping e Vladimir Putin após exigência da CCTV.

Reuters retira vídeo de Xi e Putin

A Reuters News anunciou a retirada de um vídeo que apresentava uma conversa entre Vladimir Putin e Xi Jinping, onde discutiam a possibilidade de seres humanos viverem até os 150 anos. Essa ação ocorreu em 5 de outubro de 2023, após a China Central Television (CCTV) solicitar formalmente a remoção do material. O vídeo em questão continha gravações de um desfile militar em Pequim, que marcava o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, e foi licenciado pela CCTV.

O que motivou a retirada do vídeo

A CCTV, emissora estatal chinesa, revogou a permissão legal para o uso do vídeo e enviou uma carta à Reuters, alegando que a agência havia excedido os termos de uso do acordo entre as partes. A carta criticou o tratamento editorial que a Reuters aplicou ao material, embora não tenha fornecido detalhes específicos sobre essas críticas. A Reuters, em resposta, afirmou que retirou o vídeo por não ter mais autorização legal para sua publicação, enfatizando seu compromisso com a precisão na cobertura jornalística.

Os clipes foram editados pela Reuters e distribuídos para mais de mil clientes de mídia global, abrangendo diversas emissoras internacionais. Após a solicitação da CCTV, a Reuters não apenas removeu o vídeo de seu site, mas também emitiu uma ordem de “eliminação” do material para seus clientes.

“O tratamento editorial aplicado a esse material resultou em uma clara deturpação dos fatos” — HE Danning, supervisor jurídico da CCTV.

Repercussão do vídeo

O vídeo e a conversa entre Xi e Putin ganharam ampla circulação, sendo compartilhados por várias emissoras e nas redes sociais. A situação destaca a complexidade das relações entre mídia e governo na China, onde a censura e o controle sobre a informação são rigorosos. A CNBC e outras agências de notícias licenciadas pela CCTV também distribuíram edições desse material, o que gerou um debate sobre a liberdade de imprensa e os limites da cobertura jornalística em contextos sensíveis.

O que acompanhar a partir de agora

A retirada do vídeo levanta questões sobre a liberdade de expressão e a independência editorial das agências de notícias. O caso pode desencadear discussões sobre a necessidade de revisão dos acordos de licenciamento entre agências internacionais e estatais, especialmente em regimes que exercem controle rigoroso sobre a informação. Observadores internacionais e especialistas em mídia estarão atentos a possíveis repercussões sobre a capacidade da Reuters e de outras agências de realizar sua cobertura sem interferências externas.

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