Em uma mudança de última hora, a bancada do PDT no Senado Federal designou a senadora Leila Barros (PDT-DF) para integrar a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará irregularidades nas aposentadorias do INSS. A decisão surpreende, visto que, anteriormente, o partido havia declinado da participação, abrindo espaço para um senador do PSB, conforme reportado pelo Metrópoles.
A repentina mudança de planos ocorre em meio a crescente pressão sobre o PDT, especialmente após a revelação de um esquema de descontos indevidos em benefícios previdenciários. O escândalo ganhou destaque, inclusive, pelo fato de o Ministério da Previdência ser liderado pelo presidente do partido, Carlos Lupi, e permanecer sob sua influência, mesmo após a sua saída.
Carlos Lupi deixou o governo em 2 de maio, após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que investigava nomes de sua confiança em altos cargos do INSS. No entanto, a pasta continua sob o comando do PDT, com o secretário-executivo Wolney Queiroz assumindo a função de ministro.
As investigações em curso revelam um rombo de R$ 6,3 bilhões em aposentadorias, decorrente de descontos não autorizados de beneficiários. O lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, apelidado de “Careca do INSS”, figura central do esquema, teria visitado o gabinete do senador Weverton (MA), líder da bancada, em diversas ocasiões, cujas entradas foram colocadas sob sigilo pelo Senado.
Diante desse cenário, a CPMI do INSS, com instalação prevista para a próxima semana sob a presidência do senador Omar Aziz (PSD-AM) e relatoria do deputado Ricardo Ayres (Republicanos-TO), ganha ainda mais relevância. A comissão, articulada inicialmente pela oposição, agora conta com a adesão de governistas, sinalizando um esforço conjunto para apurar as denúncias e buscar responsabilizações.
Fonte: http://www.metropoles.com