Romance proibido derruba CEO da Nestlé e gera repercussão internacional

Investigação interna revela relacionamento com funcionária sob supervisão direta.

A demissão de Laurent Freixe, CEO da Nestlé, levanta questões sobre ética corporativa após descoberta de romance proibido.

Romance proibido derruba CEO da Nestlé

A recente demissão de Laurent Freixe do cargo de CEO da Nestlé, anunciada no início de setembro, trouxe à tona questões sobre a ética nas relações corporativas. A saída do executivo foi motivada pela descoberta de um romance proibido com uma funcionária que estava sob sua supervisão direta. Esse tipo de conduta é explicitamente proibido pelo Código de Ética da empresa, gerando um debate sobre os limites entre vida pessoal e profissional dentro das corporações.

Investigação e revelações

Segundo informações do portal suíço SRF, a suspeita sobre o relacionamento começou a circular dentro da Nestlé em maio de 2025, quando o conselho de administração foi alertado por meio de canais internos de denúncia. Inicialmente, uma investigação interna conduzida pela consultoria Gemium não encontrou evidências de má conduta, e Freixe negou qualquer envolvimento. Contudo, novas denúncias levaram a uma segunda investigação, que confirmou o relacionamento entre o CEO e a funcionária.

A identidade da colaboradora não foi revelada oficialmente, mas fontes da mídia suíça indicam que ela atuava na área de marketing e teria sido promovida a vice-presidente de marketing para as Américas, um fato que suscitou controvérsias sobre possível favorecimento. A Nestlé, por sua vez, optou por não comentar sobre esses detalhes, limitando-se a afirmar que a decisão de demitir Freixe foi difícil, mas necessária para preservar a governança e os valores da empresa.

Quem é Laurent Freixe

Laurent Freixe, natural da França e nascido em 1962, dedicou sua carreira à Nestlé. Ingressou na empresa em 1986 e ao longo dos anos ocupou várias posições de liderança em diversos países, incluindo Hungria, Estados Unidos e México. Em 2024, Freixe foi nomeado CEO global da companhia. Ele ajudou a implementar iniciativas como o programa Nestlé Needs YOUth, focado em aumentar a empregabilidade jovem.

O novo CEO: Philipp Navratil

Com a saída de Freixe, Philipp Navratil assume a presidência global da Nestlé. Navratil, que está na empresa desde 2001, já ocupou diversas funções, incluindo auditor interno e líder de operações em Honduras e no México. Recentemente, ele esteve à frente da Nespresso e foi nomeado membro do conselho executivo em janeiro de 2025. Em seu primeiro pronunciamento, ele ressaltou estar “honrado” pela nova responsabilidade e expressou seu desejo de trabalhar em alinhamento com o conselho para intensificar a criação de valor para a empresa.

Questões legais e éticas no Brasil

A demissão de Freixe também levanta questões sobre como relacionamentos pessoais são tratados nas empresas, especialmente no Brasil, onde a legislação trabalhista, em particular a CLT, não aborda diretamente o tema. A Constituição garante o direito à intimidade e à vida privada, o que pode tornar a proibição de relacionamentos entre colegas de trabalho considerada abusiva. No entanto, muitas empresas adotam códigos de ética que restringem tais relações, visando a evitar conflitos de interesse e garantir a produtividade.

A advogada Cristina Pena argumenta que, embora não se possa proibir relacionamentos amorosos, as empresas podem estabelecer diretrizes sobre comportamentos que possam impactar o ambiente de trabalho. Já o advogado Ronaldo Ferreira Tolentino ressalta que regulamentar a vida pessoal dos funcionários pode ser visto como uma invasão de privacidade, criando um dilema ético e legal que as empresas precisam considerar cuidadosamente.

O caso de Laurent Freixe e a demissão que se seguiu são um lembrete de que a ética nas relações de trabalho é um tema delicado e que deve ser abordado com atenção nas políticas corporativas, especialmente em um mundo em que as fronteiras entre vida pessoal e profissional estão cada vez mais nebulosas.

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