Chris Wright defende bloqueio de projeto eólico em Rhode Island e questiona impacto da energia renovável.
Chris Wright defende bloqueio de projeto eólico e minimiza importância das mudanças climáticas.
A controvérsia em torno da energia eólica offshore
Chris Wright, Secretário de Energia dos Estados Unidos, causou polêmica ao criticar o investimento em energia eólica offshore, defendendo a decisão do governo Trump de bloquear o projeto Revolution Wind, que custaria US$ 6,2 bilhões e estava quase concluído na costa de Rhode Island. Durante uma apresentação no Conselho de Relações Exteriores, Wright afirmou que a energia eólica offshore elevaria os custos da eletricidade e minimizou a importância das mudanças climáticas, dizendo que sua relevância é frequentemente exagerada pela mídia.
Wright, que possui um histórico no setor de fracking, argumentou que a transição para fontes de energia renovável prejudicou os EUA, enfatizando a necessidade de os países europeus aumentarem suas importações de gás natural americano. Ele observou que a Europa enfrenta uma desindustrialização devido a compromissos com a redução de emissões de gases de efeito estufa e descreveu o Acordo de Paris como ‘bobo’.
Críticas ao argumento de Wright
Especialistas em energia e meio ambiente rapidamente contestaram as afirmações de Wright. De acordo com eles, a energia eólica offshore poderia gerar mais de 55 mil empregos e fornecer eletricidade para 22 milhões de residências a preços competitivos. Jesse Jenkins, professor da Universidade de Princeton, afirmou que a correlação apresentada por Wright entre energias renováveis e altos preços de eletricidade é infundada. Jenkins destacou que em muitas regiões dos EUA, as energias renováveis têm reduzido os custos de eletricidade.
A America’s Clean Power, um grupo da indústria de energia renovável, refutou a ideia de que a energia eólica offshore é prejudicial, enfatizando que o setor atualmente sustenta cerca de 25 mil empregos. Apesar dos altos custos iniciais de investimento, os especialistas acreditam que os benefícios a longo prazo superam os desafios, oferecendo uma alternativa sustentável e econômica.
“As mudanças climáticas, para impactar a qualidade da sua vida, não são incrivelmente importantes”, disse Wright.
O impacto do bloqueio do projeto Revolution Wind
O projeto Revolution Wind, que previa a geração de eletricidade a uma tarifa de 9,8 centavos por quilowatt-hora, foi interrompido pelo governo. Wright justificou a decisão, alegando que o governo Biden agiu de forma apressada ao emitir as licenças necessárias. No entanto, a Orsted, a empresa dinamarquesa responsável pelo projeto, contestou essa alegação, processando o governo por interromper o trabalho, considerando a decisão arbitrária.
Os estados de Connecticut e Rhode Island também entraram com ações legais para anular a ordem de interrupção do projeto, demonstrando a resistência local à decisão do governo federal. Eric Hines, especialista em energia eólica offshore, argumentou que, apesar de exigir subsídios, a energia eólica oferece oportunidades significativas para o futuro sustentável do setor energético.
O que vem a seguir para a energia renovável
À medida que a discussão sobre o futuro da energia nos EUA continua, a oposição à energia eólica offshore pode ter repercussões significativas para a transição energética do país. Com a crescente pressão para reduzir as emissões de carbono, a resistência a projetos renováveis pode atrasar o progresso e limitar as opções de energia limpa.
As ações legais em andamento e a resposta dos estados podem moldar o cenário para a energia renovável nos próximos anos. Além disso, a pressão internacional para a redução de emissões pode forçar uma reavaliação das políticas energéticas dos EUA. O debate sobre a energia eólica offshore e as implicações das mudanças climáticas estão longe de ser resolvidos, e a trajetória futura do setor energético estará sob vigilância constante.