O senador Paulo Paim (PT-RS) está no centro de uma controvérsia após a revelação de que destinou R$ 74,5 mil em verbas de apoio ao mandato para um blogueiro com histórico de ataques ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. O blogueiro em questão, Luiz Herberto Muller, já associou o magistrado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), gerando forte reação e questionamentos sobre a pertinência da contratação.
Os serviços de Muller são contratados mensalmente desde fevereiro de 2021, com valores que variam entre R$ 1 mil e R$ 1,9 mil por mês. O objetivo declarado é a divulgação de notícias e ações do mandato de Paim no Senado Federal, uma prática comum entre parlamentares. No entanto, a polêmica reside no histórico de publicações de Muller, que o qualificam como um crítico ferrenho de Moraes.
Em uma publicação que já foi removida de seu blog, Muller acusou Moraes de ter sido advogado do PCC quando o então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), o nomeou como secretário de Segurança Pública. A matéria, intitulada “O novo secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo foi advogado do PCC”, afirmava que Moraes havia atuado em 123 processos da facção criminosa, uma informação que se mostrou falsa.
Os advogados de Moraes, ainda em 2015, recorreram à Justiça para remover as reportagens dos sites que as haviam replicado, obtendo decisão favorável. Na petição, os advogados argumentaram que a publicação tinha o claro objetivo de “macular a credibilidade do Requerente e questionar a sua capacidade profissional”. A defesa do ministro considerou a alegação uma notícia falsa.
A reportagem tentou contato com o senador Paulo Paim e o blogueiro Luiz Herberto Muller, mas não obteve resposta até o momento. O espaço permanece aberto para suas manifestações. É importante ressaltar que a prática de contratação de serviços de divulgação por parlamentares não é considerada ilegal.
Fonte: http://www.metropoles.com