Senador aponta excessos nas penas e questiona a tramitação do caso
Sergio Moro, senador da República, critica as penas aplicadas a Bolsonaro no julgamento do STF, considerando-as excessivas.
O senador da República Sergio Moro (União-PR) afirmou, nessa quinta-feira (11/9), que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado, realizado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), foi marcado por “excessos”, mesma palavra que ele utilizou para definir as penas aplicadas ao ex-presidente e aos outros sete réus também condenados.
Além de comentar sobre as penas, Moro criticou o fato de o caso ter tramitado na Corte Suprema. “O caso deveria ter sido julgado regularmente na primeira instância”, pontuou o senador que foi ministro da Justiça do então presidente Bolsonaro.
Detalhes da condenação
A condenação de Bolsonaro foi deliberada após os membros da Primeira Turma do STF formarem maioria, por quatro votos a um. O ex-presidente foi responsabilizado pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. A pena determinada é de 27 anos e três meses de prisão.
Críticas de Moro e posicionamentos políticos
Moro criticou as penas consideradas excessivas e ressaltou a necessidade de uma análise mais cuidadosa do caso. Ele também destacou a situação dos outros réus que foram condenados junto com Bolsonaro, como figuras proeminentes do governo anterior, incluindo ex-ministros e generais.
Reações à condenação
A condenação da Primeira Turma do STF também foi imposta aos outros sete réus na Ação Penal 2.668. Entre eles estão Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; e outros ex-ministros. As reações à condenação foram diversas, com apoiadores de Bolsonaro realizando vigílias e outros políticos criticando a decisão.
Moro, por sua vez, continua a ser uma figura polarizadora no cenário político, e suas declarações sobre o julgamento adicionam mais uma camada ao debate em torno da legitimidade e da condução dos processos judiciais envolvendo ex-membros do governo Bolsonaro.