Sexo e nu masculino ainda são tabus, afirmam Maria Manoella e Mauro Restiffe

Artistas discutem a exposição da intimidade em nova mostra na galeria Fortes D'Aloia & Gabriel.

Artistas discutem tabus relacionados ao sexo e à nudez masculina em nova exposição.

Sexo e nu masculino ainda são tabus

Maria Manoella e Mauro Restiffe discutem a exposição da intimidade e a percepção do nu masculino em sua nova mostra. O casal, que se conheceu em uma festa há menos de dois anos, apresenta a exposição ‘Onda Avalanche Vulcão’ na galeria Fortes D’Aloia & Gabriel, em São Paulo. Os trabalhos revelam a vulnerabilidade e a conexão entre os dois, desafiando os conceitos tradicionais sobre a nudez e o sexo.

A proposta da mostra e a intimidade compartilhada

As fotografias expostas trazem o casal em cenas íntimas, onde ambos aparecem nus, explorando a relação entre o olhar do fotógrafo e do modelo. Restiffe, que sempre teve controle sobre suas produções, agora divide esse espaço com Manoella, que, ao manusear a câmera, altera a dinâmica do trabalho. “Ele está vulnerável, exposto, em um lugar desconfortável”, explica Manoella, destacando a inversão de papéis comum na arte.

A atriz ressalta que o trabalho não é apenas uma exibição de corpos, mas uma celebração da relação que compartilham. “Não tem exploração do corpo feminino, tem a ode a uma relação”, afirma Restiffe, enfatizando que o nu masculino ainda é um tabu em uma sociedade que sexualiza mais o corpo feminino.

A relação entre arte e política

Restiffe classifica ‘Onda Avalanche Vulcão’ como seu trabalho mais político, pois expõe a forma como os indivíduos se relacionam com suas intimidades e com o público. A dupla acredita que ao compartilhar suas experiências, eles estão engajando em um diálogo necessário sobre sexualidade e vulnerabilidade. Manoella comenta que a obra se relaciona com uma necessidade atual de discutir temas universais, sem se limitar a pautas impostas por editoriais.

“Estamos falando de um grande encontro, de um amor”, diz Manoella, que vê sua obra como uma forma de resistência e um convite à reflexão sobre os tabus que cercam a sexualidade. A artista observa que a necessidade de se expor artisticamente é um desafio que eles enfrentam juntos, refletindo sobre as dificuldades e as alegrias de um relacionamento contemporâneo.

O que esperar do futuro

O casal decidiu morar em apartamentos separados, mas no mesmo prédio, priorizando a individualidade e a convivência familiar. Manoella, que foi casada anteriormente, destaca a importância de respeitar seus próprios espaços e rotinas. “Viemos de casamentos que se desfizeram não faz tanto tempo, e cada um tem seu núcleo familiar”, afirma.

Com a abertura da mostra, que atraiu mais de mil visitantes, o casal sente a pressão e a expectativa do público em relação a suas obras. Eles percebem que a coragem para se expor vai além do ato de estar nu; é sobre a disposição de desafiar normas sociais estabelecidas. “Aqui as pessoas nos conhecem, conhecem bem a Manoella, me conhecem. Então tem mesmo uma… coragem”, conclui Restiffe, enquanto Manoella ri e complementa: “Coragem”.

A mostra não apenas desafia a percepção do nu masculino, mas também convida o público a refletir sobre a intimidade e o amor de maneira mais ampla. A partir desse projeto, Maria Manoella e Mauro Restiffe esperam gerar diálogos que transcendem a arte, abordando a complexidade das relações humanas e as barreiras que ainda precisam ser superadas.

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