Silêncio dos artistas no The Town após condenação de Bolsonaro

Reflexões sobre a ausência de manifestações políticas no festival

Artistas do The Town se omitiram de comentários políticos após a condenação de Bolsonaro, em contraste com o festival anterior.

Os últimos dias do festival The Town trouxeram à tona um contraste notável na postura dos artistas em relação à política. Enquanto no domingo, 7 de setembro, o evento foi marcado por manifestações contundentes contra o governo, o que incluiu a performance de bandas como Green Day, o festival de 12 de setembro se apresentou de forma distinta. A condenação de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado não pareceu sensibilizar os artistas ou a plateia, resultando em um clima de apatia.

A polarização durante o festival

No feriado do Dia da Independência, o festival foi palco de coros de “sem anistia” e discursos políticos fervorosos. Artistas como Capital Inicial e CPM 22 se manifestaram claramente, refletindo a indignação de uma parte significativa do público. Porém, no dia seguinte, apesar da presença de artistas críticos ao ex-presidente, como Di Ferrero e Luísa Sonza, o ambiente foi bem diferente, com ênfase no entretenimento em detrimento de qualquer comentário político.

Reação do público e artistas

O público demonstrou um comportamento morno, especialmente em um dia que começou com um clima frio em São Paulo. O Autódromo de Interlagos, que recebeu o festival, viu um esvaziamento das plateias durante as apresentações, com muitos artistas se apresentando para audiências pequenas e desinteressadas. Mesmo Jason Derulo, tentando engajar a plateia, não conseguiu o entusiasmo esperado, refletindo uma falta de conexão entre o que estava acontecendo no palco e o contexto político mais amplo.

O papel da música e da política

A ausência de manifestações políticas por parte dos artistas no festival The Town levanta questões sobre o papel da música na sociedade e seu potencial como ferramenta de protesto. Enquanto alguns artistas se sentem compelidos a se posicionar, outros parecem optar por evitar controvérsias, focando em sua performance artística. A situação atual reflete um desafio contínuo para a música como forma de expressão de resistência e engajamento cívico, em um momento crítico da política brasileira.

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