Sob Fabiano, Correios enfrentam prejuízo de R$ 7,5 bilhões

A gestão atual dos Correios registra o pior desempenho financeiro da história da estatal.

Os Correios registraram um prejuízo histórico de R$ 7,5 bilhões sob a presidência de Fabiano Silva dos Santos.

A gestão de Fabiano Silva dos Santos, presidente dos Correios, culminou em um cenário financeiro alarmante para a estatal, que acumula um prejuízo de R$ 7,5 bilhões entre janeiro de 2023 e julho de 2025. Este montante representa o pior resultado financeiro da história dos Correios, que ao longo de seus 362 anos, nunca havia enfrentado perdas tão significativas. O valor de R$ 7,5 bilhões é quase 20% superior aos R$ 6,3 bilhões em desvios apurados na operação Sem Desconto, que investiga pagamentos irregulares a aposentados, e está sendo analisada pela CPMI do INSS.

O que levou à crise financeira dos Correios

Os problemas financeiros dos Correios começaram a se intensificar com a atual gestão, que prometeu ampliar investimentos, mas acabou aprofundando uma sequência de resultados negativos. O prejuízo atual é três vezes superior ao orçamento destinado ao Ministério do Esporte em 2024, que é de R$ 2,26 bilhões, e também maior do que os R$ 4,2 bilhões previstos para a Farmácia Popular em 2025. Comparando com o auxílio gás, que custará R$ 3,5 bilhões ao governo federal em um ano, fica claro o impacto financeiro que essa situação representa.

Antes da atual gestão, o pior prejuízo registrado foi em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff, com R$ 2,1 bilhões. Durante o governo de Jair Bolsonaro, os Correios mostraram um desempenho positivo, com lucro em três dos quatro anos de sua gestão. No entanto, uma manobra feita por Fabiano, após o término do governo anterior, resultou em prejuízo para a estatal, que, se não fosse por essa criação, teria apresentado lucro em todos os anos do governo anterior.

Contexto político e mudanças na liderança

Em julho, Fabiano Silva dos Santos entregou sua carta de demissão, e seu mandato se encerrou em 6 de agosto de 2025. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não estava em Brasília no momento da entrega da carta. Nesse contexto de mudanças, o partido União Brasil, que está debatendo sua saída do governo, se destaca como o principal interessado na sucessão da presidência dos Correios. O senador Davi Alcolumbre, que preside o Senado, tem interesse em assumir o controle da estatal, tendo sido ele o responsável pela indicação do atual ministro das Comunicações, Frederico Siqueira Filho.

A situação se complica com a possível saída do União Brasil do governo, mas Alcolumbre mantém sua influência, independentemente das decisões de seu partido. Recentemente, a Comissão de Transparência, Governança, Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor do Senado aprovou um requerimento para investigar possíveis irregularidades na administração da estatal. O relator do requerimento, Flávio Bolsonaro, afirmou que as denúncias são gravíssimas e que a investigação é fundamental para esclarecer os desvios bilionários e crimes que possam ter ocorrido.

Já Rogério Carvalho, senador da base aliada, criticou a aprovação do requerimento, classificando-a como uma manobra para acelerar a apuração sem permitir um debate adequado sobre o tema.

A crise financeira dos Correios e as investigações em curso colocam a estatal em uma posição delicada, e o futuro da gestão e das finanças da empresa ainda é incerto. A pressão política e as investigações poderão determinar o próximo capítulo na história dos Correios, que enfrenta desafios sem precedentes.

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