Mercado de soja apresenta volatilidade e poucos negócios.
O mercado brasileiro de soja registrou poucos negócios nesta quinta-feira, com alta pontual nos preços.
Soja em alta: panorama do mercado
O mercado brasileiro de soja registrou poucos negócios nesta quinta-feira. Segundo Rafael Silveira, analista da consultoria Safras & Mercado, a sessão foi marcada por volatilidade nas cotações, especialmente em Chicago. O dia começou com quedas, mas terminou com uma leve recuperação, impulsionada pelo aumento dos prêmios, que trouxe alguma melhora aos preços. No entanto, essa movimentação foi pontual e sem grande expressão.
Volatilidade nos preços e lentidão nas vendas
Goiás destacou-se como o estado com os principais lotes negociados, mas, de maneira geral, o ritmo de comercialização permaneceu lento. Silveira observou que, nos portos do Paraná e do Rio Grande do Sul, houve algumas transações, mas sem reportes de vendas agressivas. O cenário para a safra nova também não apresenta grandes avanços, contribuindo para a incerteza no mercado.
Tendências no mercado de Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a quinta-feira com preços mais altos. Após atingir o menor patamar em duas semanas e meia, o mercado recuperou parte do terreno perdido na parte final da sessão, com compras técnicas e preocupações sobre o desenvolvimento das lavouras, além da incidência de doenças, ajudando na recuperação dos preços. Contudo, a pressão fundamental que o mercado enfrenta continua a ser um fator relevante.
Impacto da demanda chinesa
A fraca demanda pela soja americana por parte da China tem sido um dos principais fatores que influenciam o comportamento recente do mercado. Os investidores permanecem céticos em relação a um possível acordo comercial entre os dois países. A cúpula em Pequim, que envolve líderes da China, Rússia e Índia, parece afastar ainda mais as perspectivas de um entendimento entre chineses e norte-americanos.
Os contratos de soja em grão com entrega em novembro fecharam com alta de 1,50 centavo de dólar, ou 0,14%, atingindo US$ 10,33 por bushel. Para a posição de janeiro, a cotação foi de US$ 10,51 1/2 por bushel, também com uma alta de 1,50 centavo ou 0,14%. Nos subprodutos, a posição de dezembro do farelo teve alta de US$ 1,20, ou 0,42%, alcançando US$ 283,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 51,93 centavos de dólar, com uma valorização de 0,09 centavo ou 0,17%.
Movimentação do dólar e seu impacto
O dólar comercial encerrou a sessão em queda de 0,12%, com a moeda norte-americana sendo negociada a R$ 5,4468 para venda e R$ 5,4448 para compra. Durante o dia, a moeda oscilou entre uma mínima de R$ 5,4423 e uma máxima de R$ 5,4718, o que pode influenciar diretamente os preços da soja e a competitividade das exportações brasileiras.
Expectativas para o setor agrícola
Além das flutuações de preços, o setor agrícola se prepara para a semeadura da soja em Mato Grosso, que começará a partir deste sábado, conforme o calendário estabelecido pelo Mapa. As chuvas previstas para os próximos dias são consideradas essenciais para essa etapa, e os produtores estão atentos às condições climáticas. Além disso, a recente aprovação de um projeto de lei na Câmara que visa auxiliar os afetados por desastres climáticos foi avaliada como positiva, mas ainda depende de avanços no Senado e da sanção para garantir o crédito aos afetados.
A discussão sobre a Moratória da Soja também está em pauta no Senado, reacendendo o debate sobre a produção agrícola e a preservação ambiental, o que pode ter reflexos importantes na dinâmica do mercado nos próximos meses. Os estudos sobre a cadeia produtiva da soja e sua mão de obra, apresentados em congressos internacionais, também devem ser acompanhados, pois trazem à tona o crescimento e o perfil da produção de soja no Brasil.