O Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu um cronograma decisivo no caso que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado, envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes de seu governo. Após a apresentação das alegações finais de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, o prazo para as defesas dos demais réus do chamado “núcleo 1” teve início nesta quarta-feira (30/7).
Este núcleo, considerado central na investigação, é composto por figuras importantes do governo anterior, incluindo o próprio Bolsonaro, ministros e o ex-comandante da Marinha. Eles terão agora 15 dias para apresentar suas últimas argumentações à Justiça. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF, já havia concedido o mesmo prazo para a Procuradoria-Geral da República (PGR) e para Mauro Cid.
A PGR, liderada por Paulo Gonet, defendeu a condenação de todos os integrantes do núcleo e solicitou a redução dos benefícios concedidos a Cid em sua delação premiada. Em contrapartida, Cid pleiteou a manutenção dos termos originais de sua colaboração com a Polícia Federal, buscando o perdão judicial ou uma pena inferior a dois anos.
Com as alegações de PGR e Cid já apresentadas, as atenções se voltam para as defesas dos demais acusados, como Bolsonaro, Braga Netto e Anderson Torres. A expectativa é que todas as manifestações sejam concluídas até 13 de agosto, sem interrupção durante o recesso do Judiciário em julho. Esta etapa é crucial, pois antecede o julgamento, previsto para ocorrer entre o final de agosto e o início de setembro.
Os réus do núcleo 1 enfrentam acusações graves, que incluem organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado. Além disso, respondem por dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado, em referência aos eventos de 8 de janeiro. A complexidade do caso e o envolvimento de figuras proeminentes tornam este julgamento um marco na história do país.
Fonte: http://www.metropoles.com