Sistema Único de Saúde se destaca em conquistas, mas ainda precisa de melhorias.
Sistema de saúde brasileiro comemora 35 anos, enfrentando desafios e celebrando conquistas.
SUS e seus 35 anos de história
O Sistema Único de Saúde (SUS) celebra em 2025 seus 35 anos de existência, consolidando-se como um marco fundamental na saúde pública do Brasil. Criado com a Constituição de 1988, o SUS transformou a saúde em um direito universal, acessível para todos os cidadãos. Desde sua implementação, o sistema se destacou por suas conquistas, como o maior programa de transplante de órgãos do mundo e êxitos na contenção de epidemias, como a Aids. No entanto, apesar dos avanços, o SUS enfrenta uma série de desafios que precisam ser urgentemente abordados.
Antecedentes da criação do SUS
Até o final da década de 1980, a saúde no Brasil não era considerada um direito básico. A Constituição Cidadã, promulgada após o fim da ditadura militar, estabeleceu o dever do Estado de garantir a saúde à população. O SUS foi formalmente criado pela Lei 8.080, de 1990. As bases para a universalização da saúde começaram a ser construídas no início do século XX, quando o presidente Rodrigues Alves designou Oswaldo Cruz para organizar a saúde pública no Rio de Janeiro. Movimentos sanitaristas surgiram para combater doenças infecciosas, como a febre amarela, marcando o início de um longo processo de conscientização sobre a saúde pública.
Principais marcos da saúde pública
A década de 1980 foi um período crucial para a saúde no Brasil, com a redemocratização e a Reforma Sanitária. A Conferência Nacional de Saúde de 1986, que reuniu cerca de 5.000 participantes em Brasília, foi um momento decisivo para a criação do SUS. Nessa época, o país enfrentava a epidemia de Aids, que levou à criação do Programa Nacional de DSTs e Aids. O SUS assumiu a coordenação do combate à epidemia, tornando o Brasil uma referência mundial na abordagem da doença.
“O SUS é uma construção permanente, baseada no direito à saúde.”
Desafios atuais do SUS
Embora o SUS tenha alcançado grandes conquistas, como a cobertura de 70% da população brasileira, ele também enfrenta desafios consideráveis. A pandemia de Covid-19 expôs as fragilidades do sistema, como longas filas de espera e a dificuldade de acesso a especialistas. O financiamento deficitário é um dos principais obstáculos, com grande parte do orçamento vinculado a emendas parlamentares que não seguem um planejamento adequado.
O que é necessário para melhorar o SUS
Os especialistas enfatizam a importância de um investimento contínuo na saúde pública, especialmente na atenção primária e na saúde mental, áreas que precisam de maior atenção e recursos. A cobertura da atenção primária atualmente é de 56% e deve ser ampliada para 80%. Isso requer planejamento técnico-sanitário e investimentos em capacitação de profissionais de saúde.
O papel da participação popular
A participação da sociedade é crucial para a construção e aprimoramento do SUS. O sistema é visto como uma obra em constante evolução, que deve se adaptar às novas demandas e tecnologias. Conforme ressaltam os especialistas, o SUS precisa de uma gestão que priorize as necessidades da população e que busque sempre a melhoria dos serviços prestados.
O futuro do SUS depende de um compromisso coletivo com a saúde pública, assegurando que todos tenham acesso a serviços de qualidade. As próximas etapas para a evolução do sistema incluem a necessidade de um planejamento estratégico e a priorização da saúde como um direito fundamental. O SUS, apesar de seus desafios, continua sendo um símbolo de esperança e um exemplo de democracia na saúde pública brasileira.