Mais de 50 procedimentos foram cancelados em três dias devido à paralisação de médicos.
A suspensão de cirurgias no Hospital Infantil Varela Santiago afeta mais de 50 procedimentos.
Suspensão de cirurgias no hospital infantil em Natal
O Hospital Infantil Varela Santiago, em Natal, enfrenta uma grave situação com a suspensão de mais de 50 cirurgias em um curto período. O cancelamento dos procedimentos ocorreu entre os dias 2 e 4 de setembro, consequência direta da paralisação de médicos que atuam em unidades conveniadas com a Prefeitura. O atendimento ambulatorial permanece inalterado, mas as cirurgias eletivas foram drasticamente reduzidas.
O que levou à suspensão das cirurgias
De acordo com Paulo Xavier, superintendente do hospital, na terça-feira (2), 26 cirurgias foram canceladas. Na quarta-feira (3), o número chegou a 13, e na quinta-feira (4), mais 12 procedimentos foram interrompidos, totalizando 51 cirurgias afetadas em três dias. Apenas as cirurgias de urgência, como algumas neurocirurgias, continuam a ser realizadas, uma vez que o hospital não possui um pronto-socorro.
A direção do hospital informou que, até o momento, nenhum cirurgião pediátrico das empresas contratadas pela prefeitura se apresentou para retomar os atendimentos, gerando uma incerteza sobre a normalização dos serviços. “Estamos aguardando que isso se defina e que cheguem os profissionais para realizar os procedimentos aqui dentro”, afirmou Xavier.
Contratação emergencial e seus efeitos
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) anunciou, em maio deste ano, a contratação emergencial de empresas para prestar serviços médicos em caráter complementar. Essa medida foi tomada para atender situações de urgência e emergência em diversas unidades de saúde da cidade. O contrato, que tem um valor total de R$ 208 milhões, foi estabelecido sem licitação, dividindo a cobertura entre as empresas Justiz e Proseg.
Entretanto, a contratação emergencial foi alvo de críticas e gerou descontentamento entre os médicos que atuavam anteriormente, levando a uma pressão por parte do Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) e da Coopmed, antiga prestadora de serviços, para que os profissionais não assumissem novos atendimentos.
Protestos e reivindicações dos médicos
A situação culminou em protestos realizados por um grupo de médicos em frente à sede da administração municipal na segunda-feira (1). Os profissionais exigiram maior transparência na troca de contratos, o pagamento de salários atrasados e a realização de um concurso público para a contratação de novos profissionais. A insatisfação entre os médicos e a falta de clareza na gestão dos serviços de saúde têm gerado um clima de incerteza e preocupação para a população que depende dos atendimentos médicos.
O que esperar a partir de agora
A situação no Hospital Infantil Varela Santiago levanta questões sobre a continuidade dos serviços de saúde na cidade. Com a suspensão das cirurgias, há uma expectativa crescente entre os pacientes e suas famílias sobre a normalização dos atendimentos. A prefeitura precisa resolver as pendências com os médicos e assegurar que a população tenha acesso aos serviços de saúde de forma adequada e eficiente.
Acompanhar o desenrolar deste impasse é crucial, uma vez que a saúde infantil é uma prioridade e a falta de profissionais pode comprometer a qualidade do atendimento oferecido. A solução para essa crise dependerá da capacidade da administração municipal em dialogar com os médicos e reverter a situação atual.