Com o horizonte de uma possível inelegibilidade de Jair Bolsonaro se aproximando, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, emerge como um nome forte para herdar o capital político do ex-presidente em 2026. Entretanto, essa ascensão não ocorre sem resistências, especialmente dentro da própria família Bolsonaro, que demonstra cautela em ceder o controle do espólio político.
Tarcísio tem sinalizado consistentemente sua lealdade ao bolsonarismo, inclusive prometendo publicamente conceder um indulto a Bolsonaro, caso seja eleito presidente. Essa postura ambivalente busca tanto angariar o apoio dos eleitores mais fiéis ao ex-presidente quanto acenar a setores mais moderados, que podem ser cruciais para uma eventual candidatura.
A aproximação de Tarcísio com o Centrão, articulada por figuras como Valdemar Costa Neto e Gilberto Kassab, demonstra uma estratégia de ampliar o leque de alianças para além do núcleo duro bolsonarista. Essa movimentação visa construir uma base de apoio mais ampla e diversificada, essencial para enfrentar a polarização política.
Entretanto, a família Bolsonaro, especialmente os filhos Eduardo e Carlos, tem demonstrado resistência à ascensão de Tarcísio, buscando manter o controle sobre o legado político do pai. Essa disputa interna pode fragilizar a direita e dificultar a construção de uma candidatura forte para 2026.
Analistas como Carolina Botelho e Mariana Chaise apontam que o futuro de Tarcísio em 2026 dependerá de sua capacidade de equilibrar o apoio do Centrão com a herança bolsonarista, superando a resistência familiar e construindo uma narrativa que dialogue tanto com os eleitores mais radicais quanto com os mais moderados.