Tarcísio enfrenta dilema e pode ser visto como capacho do bolsonarismo

Governador de São Paulo busca apoio de Jair Bolsonaro em meio a críticas.

Governador de São Paulo tenta fortalecer laços com Jair Bolsonaro, mas corre risco de alienar eleitores.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, tem se empenhado em se apresentar como defensor e articulador da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No entanto, essa estratégia pode trazer mais riscos do que benefícios, especialmente com as eleições de 2026 se aproximando. Tarcísio não conseguiu o apoio de Bolsonaro antes de sua prisão domiciliar, e não possui registros que possam ser utilizados em sua campanha, o que levanta dúvidas sobre a viabilidade de sua aproximação com o ex-presidente.

Apesar de sua busca por lealdade entre os eleitores bolsonaristas, pesquisas recentes indicam que essa estratégia pode não ser a melhor. Um estudo da Escola de Economia de São Paulo, apresentado pelo Connectlab, revelou que os eleitores independentes, que são fundamentais para a eleição de 2026, representam 31% da população brasileira, mas são percebidos como um grupo menor. Essa distorção na percepção pode estar influenciando as decisões políticas de Tarcísio.

A percepção do eleitorado

A pesquisa da Quaest indica que 59% dos paulistas prefeririam um governador que não se alinhasse a Lula ou Bolsonaro. Isso sugere que a tentativa de Tarcísio de se posicionar como um defensor do bolsonarismo pode não ter o apoio desejado entre os eleitores. Além disso, a maioria da população é contrária à concessão de anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de Janeiro, o que torna a defesa desse tema ainda mais delicada para o governador.

Tarcísio deve considerar que, ao se engajar na defesa da anistia e nas críticas ao Supremo Tribunal Federal, ele pode arriscar sua imagem de moderado e alienar eleitores independentes. Esses eleitores, que podem não apoiar o governo Lula, também não desejam votar em alguém que seja visto como um capacho do bolsonarismo.

Quem são os principais atores envolvidos

  • Tarcísio de Freitas: Governador de São Paulo, busca apoio de Bolsonaro, mas enfrenta desafios eleitorais.
  • Jair Bolsonaro: Ex-presidente, seu apoio é disputado, mas sua lealdade a aliados é questionável.
  • Eleitores independentes: Grupo significativo que pode definir as eleições de 2026, desejam um candidato que não esteja atrelado a extremos.

Efeitos esperados para a corrida eleitoral

Com a aproximação das eleições de 2026, Tarcísio precisa avaliar os riscos de sua estratégia política. Caso continue a se alinhar com o bolsonarismo, ele pode afastar eleitores que buscam uma alternativa mais moderada. A falta de concorrentes diretos na direita pode dar a Tarcísio uma vantagem, mas sua imagem pode ser manchada se ele não conseguir equilibrar suas alianças e manter o apoio dos eleitores independentes.

Por fim, o cenário político brasileiro é volátil, e a escolha de Tarcísio em se identificar como aliado do bolsonarismo pode ter consequências duradouras em sua trajetória política. O que se observa nesse momento é uma necessidade de cautela, pois a percepção pública e a opinião dos eleitores podem mudar rapidamente em resposta a suas ações e posicionamentos.

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