Fiep alerta: tarifa de 50% pode afetar 620 mil empregos
A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) fez um alerta grave: o tarifaço dos EUA ameaça empregos no Paraná e pode comprometer até 620 mil postos de trabalho no estado. O impacto direto recai sobre exportações já contratadas — algumas com cargas em trânsito — que correm o risco de serem barradas pela nova taxação de 50%.
A entidade pede ao Governo Federal uma negociação técnica urgente com os Estados Unidos e defende medidas emergenciais semelhantes às adotadas durante a pandemia, como:
• Suspensão de sanções fiscais,
• Liberação de créditos de ICMS,
• Linha de crédito com juros subsidiados.
Fiep quer prazo extra e socorro imediato às empresas
Nos ofícios entregues em reunião com empresários e parlamentares, a Fiep também solicitou o adiamento por 90 dias da entrada em vigor da tarifa, prevista para o dia 1º de agosto.
Segundo a Federação, muitas indústrias paranaenses já sofrem cancelamentos de contratos com compradores norte-americanos, que se recusam a pagar 50% a mais na entrada da carga.
O maior temor agora é que empresas com cadeias de suprimento voltadas aos EUA fiquem sem saída econômica imediata, o que pode desestabilizar o mercado regional e nacional.
Governo do Paraná age rápido para conter os danos
Em resposta ao alerta da Fiep, o Governo do Paraná anunciou um pacote emergencial de apoio às empresas. Segundo o governador Ratinho Junior, o objetivo é manter a economia paranaense forte diante da crise global.
As medidas incluem:
• Mais de R$ 400 milhões em crédito pela Fomento Paraná e BRDE;
• Flexibilização de prazos de investimentos via programa Paraná Competitivo;
• Uso de créditos de ICMS homologados no Siscred como garantia de operações financeiras.
O tarifaço dos EUA ameaça empregos no Paraná, e o governo estadual age para minimizar os impactos.
Movimento estadual com repercussão nacional
Governadores como Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO) e Ratinho Junior (PR) adotaram medidas parecidas para proteger exportadores. Tarcísio liberou R$ 200 milhões em crédito; Caiado criou linha especial com juros abaixo de 10%.
Essas ações são bem vistas por empresários, mas integrantes do governo federal as classificam como estratégias eleitorais com efeito limitado diante da gravidade da medida norte-americana.
Mesmo assim, o tarifaço dos EUA ameaça empregos no Paraná e provoca uma corrida por soluções imediatas entre lideranças políticas estaduais.
Lula deve sancionar estímulo a exportadores na próxima semana
Como gesto ao setor produtivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sancionar, na segunda-feira (28), o projeto Acredita Exportação. A proposta amplia o benefício tributário de restituição de até 3% do valor exportado via Reintegra para micro e pequenas empresas.
O ministro Fernando Haddad reconheceu que a mobilização dos governadores é válida, mas fez críticas políticas: “A maioria deles apoiou as tarifas de Trump. Agora percebem que é um problema do Estado brasileiro.”
Exportações paranaenses em risco
Os principais setores afetados no Paraná são:
• Madeira e derivados (como MDF e portas),
• Café,
• Móveis,
• Calçados.
Somente em 2024, o Paraná exportou US$ 735 milhões aos EUA. Em média, as vendas anuais superam US$ 1,5 bilhão. Com o tarifaço, todo esse mercado está ameaçado.