Análise sobre o efeito da Selic elevada no consumo e emprego
A taxa Selic elevada a 15% está provocando uma desaceleração na economia brasileira, afetando consumo e mercado de trabalho.
A taxa Selic mantida em 15% ao ano está provocando uma desaceleração acentuada na economia brasileira. Os últimos dados de indústria, comércio e emprego revelam uma queda significativa na atividade econômica, com especialistas prevendo um cenário desafiador até 2026.
Cenário econômico atual
Os indicadores mostram que a criação de empregos formais em julho foi a menor desde a pandemia, enquanto as vendas do comércio caíram pelo quarto mês consecutivo. A indústria também está reduzindo o uso de sua capacidade produtiva, sinalizando uma retração no consumo das famílias. Além disso, a deflação de 0,11% registrada em agosto, embora pareça positiva, reflete uma demanda fraca.
Efeitos da taxa Selic elevada
O aperto monetário promovido pelo Banco Central visa conter a inflação, que ainda está acima da meta, mas os efeitos dos juros altos ainda não foram totalmente absorvidos pela economia. A expectativa é que a taxa permaneça elevada por um período prolongado, impactando negativamente o nível de atividade e o mercado de trabalho.
Impacto no mercado de trabalho
Em julho, o Brasil abriu 129.775 empregos com carteira assinada, uma queda de 32,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Essa é a pior marca para o mês desde 2020. Além disso, o salário médio de admissão registrou uma leve queda, refletindo a pressão sobre o setor.
Expectativas futuras
Os especialistas indicam que, mesmo com a chegada do 13º salário, o tradicional aumento nas vendas de fim de ano poderá não ser suficiente para reverter a tendência de desaceleração. A previsão é de que os juros permaneçam elevados, dificultando a recuperação do consumo e da economia como um todo.