Inovação da Embrapa e UFC aproveita biomassa para produção de biogás
Pesquisadores desenvolvem tecnologia para transformar resíduos agrícolas em energia renovável, reduzindo custos e emissões de GEE.
Pesquisadores da Embrapa e da Universidade Federal do Ceará (UFC) desenvolveram uma tecnologia inovadora que transforma resíduos de frutas e verduras em energia renovável. Essa iniciativa visa amenizar o desperdício e gerar biogás, aproveitando cerca de 17 a 25 toneladas de resíduos que seriam enviados ao aterro sanitário mensalmente, gerando custos elevados.
Sistema de reatores anaeróbios
O novo sistema utiliza Reatores Anaeróbios, que aumentam a produção de biogás com alto teor de metano, ocupando menos espaço e reduzindo custos operacionais e emissões de gases de efeito estufa (GEE). A tecnologia foi projetada para a Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa-CE) e possui potencial de ser replicada nas demais 57 centrais de abastecimento do Brasil.
Aproveitamento de biomassa
O sistema permite o aproveitamento integral de frutas e hortaliças impróprias para consumo, resultantes de perdas durante transporte e armazenamento. Essa biomassa, por ser altamente biodegradável, é ideal para a produção de biogás.
Diferenciais do novo sistema
Diferente do método convencional, que utiliza Reatores de Mistura Completa (CSTR), o novo sistema aplica um pré-tratamento que separa os resíduos em duas frações: líquida e sólida. A fração líquida é tratada em reatores de manta de lodo de fluxo ascendente (UASB), enquanto a fração sólida pode ser encaminhada para compostagem ou reatores de metanização.
Benefícios e impactos
O sistema já produz biogás suficiente para suprir 100% da demanda da Ceasa-CE em horários de pico e 20% em outros períodos. Essa energia gerada pode ser utilizada localmente ou comercializada como biometano. Além da geração de energia, a tecnologia contribui para a redução de custos de transporte e tratamento de resíduos, promovendo uma economia circular e gerando empregos.
A expansão do projeto depende da construção de uma unidade-piloto maior, que permitirá calibrar os equipamentos para ampliação da produção. O impacto dessa inovação pode ser significativo, promovendo energia limpa e reduzindo o volume de resíduos gerados.