Partidos falam em apoiar candidatura de direita, mas controlam ministérios e estatais.

União Brasil e PP falam em desembarque do governo, mas manterão controle de ministérios e estatais.
União Brasil e PP anunciam desembarque
A federação União Progressista, que une os partidos União Brasil e PP, declarou um desembarque do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A intenção é apoiar uma candidatura presidencial de direita em oposição ao atual presidente. Apesar dessa movimentação, ambos os partidos devem manter o controle sobre cargos em ministérios e estatais, o que levanta questões sobre a real intenção desse desembarque.
O que foi decidido
Na última terça-feira, a liderança da federação informou que os políticos com mandato que ocupam cargos na Esplanada devem se desligar até o dia 30 de setembro, sob pena de expulsão. Contudo, essa decisão parece ter nuances. O anúncio, feito pelo presidente do União Brasil, Antonio Rueda, restringiu-se a “detentores de mandatos”, o que sugere que podem haver exceções e brechas para a permanência de certos indicados.
Os ministros Celso Sabino (Turismo) e André Fufuca (Esporte), ambos deputados licenciados, estão entre os que devem deixar seus postos. No entanto, outros indicados, como Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), não devem ser afetados, uma vez que são considerados da cota pessoal do presidente do Senado, Davi Alcolumbre.
Quem é quem no caso
#### União Brasil
O União Brasil, por meio de seus líderes, busca alinhar-se com uma nova estratégia política, enquanto mantém cargos importantes no governo. O partido possui forte influência nas indicações de ministérios e estatais.
#### PP
O Partido Progressista também busca uma nova postura política, mas mantém o controle da Caixa Econômica Federal e de outros órgãos importantes, o que demonstra sua estratégia de não se desvincular completamente do governo.
Efeitos esperados para o governo
A continuidade dos cargos de União Brasil e PP pode trazer desafios ao governo Lula, especialmente em votações cruciais no Congresso. O Palácio do Planalto está ciente das indicações desses partidos e poderá rever a distribuição de cargos se considerar necessário. A ministra Gleisi Hoffmann alertou que todos os que ocupam cargos devem ter um compromisso claro com as pautas do governo.
Com o anúncio do desembarque, muitos questionam a real eficácia dessa medida. A permanência de tantos indicados dos dois partidos sugere que, na prática, a mudança pode ser mais simbólica do que efetiva. O governo está avaliando o comportamento desses parlamentares em futuras votações, o que poderá influenciar reações a essa nova dinâmica.
A situação atual levanta a dúvida sobre o impacto real que essa decisão de desembarque terá na governabilidade de Lula. Enquanto os partidos falam em romper com o governo, a manutenção de suas indicações indica uma relação complexa que pode se desdobrar em novas negociações e compromissos políticos.
O que se observa é que, apesar do discurso de desembarque, as estruturas de poder permanecem intactas, o que pode gerar uma tensão entre a necessidade de apoio legislativo e a vontade de distanciar-se do governo.