Cris Monteiro decide retirar proposta após questionamentos de opositores.
A vereadora Cris Monteiro apresentou uma emenda para ceder área pública a ONG de seu assessor, mas desistiu após oposição.
A emenda da vereadora Cris Monteiro, do partido Novo, buscava ceder uma área pública da cidade de São Paulo à ONG Eu Acho um Absurdo, cujo fundador é seu assessor Edson Teixeira. A proposta, que previa a cessão do terreno por 90 anos, gerou polêmica e foi contestada por vereadores da oposição, levando a parlamentar a desistir da ideia. A área em questão, localizada na Cidade Ademar, é ocupada parcialmente por uma escola infantil e estava abandonada há anos.
O que motivou a emenda
A emenda de Cris Monteiro surgiu no contexto de um projeto de lei que permitia a venda de áreas públicas para a iniciativa privada. Segundo a vereadora, a ideia era transformar um espaço ocioso, tomado por vegetação e que vinha causando desconforto à população, em um local de atividades sociais. A ONG beneficiada se propõe a oferecer programas de esporte, cultura e assistência social a comunidades carentes.
Reação da oposição
Após a apresentação da emenda, a reação de vereadores de oposição foi imediata. Eles questionaram a legitimidade da proposta, visto que beneficiaria uma entidade ligada a um assessor próximo da vereadora. A pressão política resultou na decisão de Monteiro de retirar a emenda, após perceber que a discussão estava polarizada e poderia gerar um embate maior na Câmara Municipal.
O papel da ONG
A ONG Eu Acho um Absurdo, presidida por Erika Dias Araújo, esposa de Edson Teixeira, afirma ter um histórico de atendimento a comunidades carentes em São Paulo. De acordo com a entidade, mais de 70 comunidades já foram beneficiadas, com cerca de 400 pessoas impactadas semanalmente através de suas atividades. A proposta de cessão do terreno visava ampliar essa atuação, mas a desistência da emenda deixou a situação em aberto.
A assessoria de Monteiro declarou que a intenção era propor uma solução para um espaço que estava sem uso, mas que a vereadora decidiu recuar ao tomar ciência de que havia discussões sobre a responsabilidade do terreno entre a subprefeitura e a escola municipal adjacente.
O que acontece agora
A retirada da emenda levanta questões sobre a utilização do espaço público na região e a necessidade de soluções efetivas para áreas abandonadas. Edson Teixeira, fundador da ONG, ressaltou a importância de que as autoridades assumam a responsabilidade pela região, que, segundo ele, está tomada por um matagal e abandonada há quase 30 anos. A situação requer a atenção das instituições para que a comunidade não continue a conviver com esse cenário desfavorável.
A partir deste episódio, o cenário político na Câmara Municipal de São Paulo pode sofrer desdobramentos, especialmente no que se refere ao papel das ONGs e sua relação com os agentes públicos. A pressão da oposição pode se intensificar, criando um ambiente de vigilância mais rigoroso sobre propostas que envolvem a cessão de espaços públicos a entidades ligadas a políticos.
Diante disso, será importante acompanhar como a vereadora e seu partido se posicionarão em futuras iniciativas que envolvam a parceria com o terceiro setor e qual será a resposta da comunidade em relação a essa situação.