Análise dos votos evidencia contrastes entre Moraes e Fux
O julgamento de Bolsonaro expôs estilos distintos entre os ministros do STF, com Moraes incisivo e Fux mais acadêmico.
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado destacou contrastes marcantes nos estilos dos ministros do STF. O relator, Alexandre de Moraes, utilizou uma retórica incisiva, repetindo o termo “organização criminosa” mais de cem vezes, enquanto Luiz Fux adotou uma abordagem mais acadêmica, citando ao menos 27 autores durante seu voto.
Estilos contrastantes entre os ministros
A análise dos votos mostrou que Moraes, em um discurso de 4h50, fez uso de repetição para reforçar seus argumentos, especialmente em relação a declarações de Bolsonaro. Por outro lado, Fux, que foi o único a absolver Bolsonaro, apresentou um voto extenso de 11h30, com uma sustentação de mais de 480 páginas e uma abundância de referências bibliográficas.
Enfoque em palavras-chave e temas
As palavras mais frequentes nos discursos estavam conectadas aos crimes julgados, como tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado democrático de Direito. A análise revelou que a linguagem utilizada pelos ministros refletia a gravidade das acusações.
Diferenças na abordagem dos outros ministros
Flávio Dino, que teve um discurso mais sucinto, apoiou a condenação dos réus, mas fez ressalvas sobre a participação de alguns deles. Cármen Lúcia, em seu voto, utilizou referências poéticas e humor, enquanto Cristiano Zanin, por sua vez, abordou jurisprudências e citações relevantes para embasar sua argumentação.
Conclusão
O julgamento não apenas expôs as divergências de estilo entre os ministros, mas também revelou a complexidade dos argumentos apresentados, refletindo a seriedade das questões em jogo. Essas diferenças são cruciais para entender o desfecho do caso e as implicações políticas que podem surgir dele.